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Hidratação e sais na atividade física regular

DRA. TâNIA RODRIGUES
Nutricionista Diretora da RG Nutri
DRA. LAENNA GISELLE A. LOBO
Universidade Federal do Pará

A desidratação pode comprometer a performance e a saúde de um atleta

O carregamento solar, a umidade relativa, a roupa, a velocidade do vento e a aclimatação anterior ao calor
interagem na determinação das taxas de sudorese, da perda hídrica insensível e das exigências hídricas em qualquer carga de trabalho. Esta é uma preocupação dos nutricionistas esportivos, já que a desidratação compromete a performance e a saúde do atleta.

A desidratação pode ser definida como uma redução da água corporal, levando o organismo de um estado de hidratado para hipohidratado. A desidratação (resultante da transpiração deficiente ou não) e a elevada
temperatura que a acompanha (hipertermia) são as causas mais importantes
da fadiga durante o exercício.

A sudorese implica a perda de calor por meio de eliminação de água e eletrólitos pelo organismo. Durante a exposição ao calor, pode haver perda de sais de sódio (Na+) como resultado da transpiração.
Alguns pesquisadores demonstraram que os humanos poderiam se aclimatar com sucesso para trabalho no calor com apenas 6 g de NaCl/dia, embora níveis mais altos de consumo de sódio (8 g) reduzissem alguns dos sintomas adversos associados com esse período de aclimatação no calor.

Normalmente, o suor contêm de 10 a 100 mEq-1 de sódio. Entretanto, o suor da maioria dos atletas contém 25 a 60 mEq-1. Sempre que líquidos forem perdidos através do suor mais rapidamente do que são repostos, haverá um processo de desidratação.
Os chamados “sinais normais” de estresse térmico são: sede, cansaço, tonteiras e distúrbios visuais. Eles devem receber atenção imediata (hidratação).

Do contrário podem caminhar para as chamadas “doenças produzidas pelo calor”, representadas por câimbras e síncopes induzidas pelo calor.
A importância de assegurar a ingestão adequada de líquidos, tanto quanto o
equilíbrio eletrolítico, pode garantir a performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor.

A ingestão de fluidos após a atividade física é um fator importante para auxiliar os atletas na recuperação rápida entre as séries de treinamento ou competição. Muitos atletas treinam mais de uma vez ao dia e a reidratação rápida é importante, principalmente, quando as condições ambientais são quentes. A recomendação do ACSM não faz referências à ingestão de líquidos após a prática esportiva.

No entanto, em artigo recente, publicado no Sport Science Exchange, que produziu uma revisão compreensiva sobre esse tópico, os autores concluíram
que a ingestão de água não é eficiente na restauração do estado de hidratado. A ingestão somente de água diminui a osmolaridade plasmática, suprindo a sensação de sede e aumentando a eliminação de urina.

Por isso, a ênfase na importância da ingestão de um excesso de fluido para compensar as perdas urinárias. Em outras palavras, a advertência feita aos atletas é beber o volume de fluido que corresponda ao peso perdido. É importante enfatizar que é preciso beber no mínimo o volume correspondente ao peso perdido. As determinações exatas de quanto os atletas devem beber para se reidratarem ainda não está satisfatoriamente demonstrada e necessita de mais estudos.

Existem dados que preconizam a ingestão de 150% ou mais do peso perdido para garantir uma hidratação até 6 h após o exercício.
A ingestão de 250 a 600 ml de líquidos pelo menos duas horas antes do exercício irá ajudar a assegurar o início do exercício com um grau de hidratação apropriada, além de dar tempo para que qualquer excesso de líquido seja liberado pela urina.

Não existe evidência suficiente para apoiar a hiperhidratação antes do
exercício como um meio para melhorar o desempenho.
Segundo a National Athletic Trainer’s Association – NATA, os indivíduos não ingerem voluntariamente água suficiente para prevenir a desidratação durante uma atividade física.

Alguns estudos, principalmente a partir do ano 2000, têm ressaltado que a reposição hídrica guiada pela sede pode ser suficiente para a manutenção das respostas termorregulatórias e da capacidade de realizar exercício, mesmo com a pequena desidratação voluntária que freqüentemente ocorre nesta situação.
A aclimatação ao calor é um conjunto de adaptações fisiológicas que permite ao indivíduo suportar um estresse maior ao calor ambiental. Elas incluem um aumento da capacidade de sudorese, um suor mais diluído e habilidade aumentada de sustentar uma taxa de sudorese alta durante exercícios prolongados.

Todas estas adaptações ajudam a minimizar o acúmulo de calor, permitindo um tempo de performance mais prolongado e uma diminuição do risco de doenças provocadas pelo calor. Como os indivíduos aclimatados têm uma maior taxa de sudorese, eles devem prestar mais atenção na hidratação.
um dos preparativos para iniciar as atividades físicas é fazer uma boa hidratação. os suplementos isotônicos são utilizados após o treinamento para repor os sais perdidos durante os exercícios.

A importância de assegurar a ingestão adequada de líquidos pode garantir a
performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor.

Controlar o açúcar: proteína + exercício


Ingerir proteína suficiente e praticar exercício pode ser uma boa estratégia para ajudar a controlar o açúcar no sangue. Porquê? É preciso proteína para optimizar o desenvolvimento muscular. E o músculo extra aumenta a capacidade do organismo para estabilizar o açúcar do sangue. Junte exercício físico e obtém-se um eficiente par sinérgico. A pesquisa confirma.

Somente 12 semanas de treino de resistência – em conjunto com uma significativa ingestão de proteína – reduziram o açúcar no sangue em cerca de 25% num estudo com seniores adultos sãos, conforme estudo do American Journal of Clinical Nutrition. O treino de força pode ser especialmente valioso porque estimula a proteína muscular a ajudar a regular o açúcar sanguíneo.

Proteínas Whey também beneficiam os idosos


Há muito tempo que os nutricionistas e os cientistas na área da nutrição desportiva sabem que as proteínas do soro do leite (whey) são proteínas completas, extremamente bem absorvidas que fornecem benefícios múltiplos – fortalecem o sistema imunitário, ajudam os pacientes com cancro e melhoram a recuperação muscular dos atletas.

Agora, novas pesquisas mostram que as proteínas do soro do leite beneficiam os idosos ao prevenirem a perda de massa muscular (sarcopenia).

Os investigadores seleccionaram quinze pessoas idosas que iniciaram um plano de suplementação com 15 g de whey/dia e concluíram que estas proteínas, só por si, permitiram aumentar significativamente as proteínas musculares, referindo ainda que este estudo apresenta implicações práticas para a formulação de suplementos nutricionais para aumentar o anabolismo muscular (ganhos de massa muscular) em indivíduos mais idosos.

Numa perspectiva de combate eficaz à sarcopenia, o treino de força também deve ser incluído – uma revisão recente mostrou que a suplementação com as proteínas whey aumenta o efeito do treino de força, na manutenção da massa muscular em adultos mais velhos. Os investigadores deste estudo concluíram que “…estratégias simples dietéticas e de exercício que podem contribuir para a manutenção da massa muscular podem resultar numa diminuição da incidência de um vasto número de doenças e melhorar a qualidade de vida à medida que envelhecemos…”

BCAA - Qual a sua importância?


DRA. MôNICA ANTuNES FORTE
Nutricionista Pós-graduada em Bioquímica, Fisiologia, Treinamento e Nutrição Desportiva, pela LABEX/UNICAMP.

Mais de 20 aminoácidos são necessários para a construção dos músculos e para a manutenção de importantes funções vitais. Dentre os aminoácidos essenciais, temos três deles que são os chamados BCAA’s (aminoácidos de cadeia ramificada - sigla em inglês de “Branched Chain Amino Acids”) constituídos por: Leucina, Isoleucina e Valina. Os BCAA’s constituem até 35% da massa muscular corporal e são indispensáveis para a manutenção e o crescimento dos músculos.

Como esses três aminoácidos são considerados essenciais, e o nosso corpo não os produz, há a necessidade de serem ingeridos pela dieta. São encontrados, sobretudo em fontes protéicas de origem animal, como carnes em geral, ovos, leite e derivados. A proteína isolada do soro do leite (WHEY PROTEIN) é uma das fontes mais ricas em BCAA.

Os aminoácidos de cadeia ramifi- cada (BCAA) são amplamente utilizados para a prática esportiva. Por isso, a primeira questão que nos vem à cabeça é sobre a função desses durante a atividade física.
Qual a função dos BCAAs na atividade
física?

Os BCAAs são oxidados rápida e preferencialmente pelo músculo esquelético, notadamente durante exercícios de intensidade moderada/alta e longa duração, situação na qual se observa uma queda em suas concentrações plasmáticas, provocada pelo maior desvio desses aminoácidos para a produção de energia durante o exercício.

Apesar destes aminoácidos não serem considerados a principal fonte de energia para o processo de contração muscular, sabe-se que atuam como importante fonte de energia muscular durante o estresse metabólico, como: estados pós-cirúrgicos; estados de inadequação alimentar combinado com atividades físicas regulares e intensas; em atletas de elite que são submetidos a exercícios intensos e prolongados; ou em atletas amadores e praticantes de atividades físicas, nos quais geralmente há uma inadequação da dieta aliada a uma atividade física intensa e desordenada, sem o devido descanso para uma ótima recuperação corporal. Estudos têm mostrado que nestas situações, a administração de BCAAs, particularmente a leucina, poderia estimular a síntese protéica e diminuir o catabolismo protéico muscular.

Os BCAA’s estimulam a produção de insulina, fazendo com que os aminoácidos penetrem mais facilmente nas células musculares para que possam servir de matéria-prima na construção dos músculos.
Além dos possíveis efeitos ergogênicos no metabolismo protéico muscular, outros têm sido sugeridos.

Estudos com suplementação de BCAA demonstram que essa estratégia nutricional pode ser efetiva na promoção do anabolismo protéico muscular e diminuição da lesão muscular pós-exercício. Pesquisadores têm se fixado em estudos que relacionam os BCAAs com a fadiga central. A hipótese seria de que o uso desses aminoácidos reduz as chances do triptofano plasmático (outro aminoácido essencial) chegar à barreira hemato-encefálica reduzindo a produção de serotonina no cérebro, de modo que os sintomas de fadiga relacionada ao exercício seriam reduzidos.

Foi verificado que os BCAAs são substratos para a síntese de glutamina aumentando seus níveis pós-exercício. Baixa concentração de glutamina está relacionada com a diminuição da função imunológica de atletas, levando incidência de várias infecções, principalmente as do trato respiratório superior (faringite, laringite, sinusite, resfriados etc).

Outra função dos BCAAs é o fornecimento de energia (glicose) através da neoglicogênese (formação de glicose por aminoácidos - ciclo alanina- glicose). Para que se tenha a eficácia na suplementação de BCAA, outros nutrientes exercem papel importante, tais como: Cromo, Vitamina B6, Vitamina B12, Biotina, além de uma alimentação adequada. Assim, podemos observar que existe uma grande quantidade de evidências cientificas que apontam para os benefícios inequívocos ao seu corpo, garantindo o máximo rendimento nos
treinos com o consumo de BCAA antes, durante e após a atividade física.

Os BCAA´s demonstaram ser efetivos no anabolismo muscular e na diminuição da lesão pós-treino.



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